sábado, 15 de agosto de 2009

Liberte o Frank Zappa que tem dentro de você

Is that Frankie?

Ringo Starr fez e gostou. Talvez você faça e goste também. Calma, não tô falando sobre se escorar astutamente em astros do rock ou ser vendido por 5 dólares no Saturday Night Live. Falo sobre:
- Get your rocks off, man.
Frank Zappa dividia seu tempo em tenra idade entre não estudar, ouvir bandas de Doo-woop hoje fora de moda e ouvir música moderna do naipe de Anton Webern e Edgard Varèse. Incomum? Aos 22 anos (aproximadamente) foi a um programa de TV tocar. Ele lá, todo sério e desenvolto, tocando bicicleta e tendo que aguentar as piadinhas de um apresentador sem graça. Mais ou menos nessa época que se firmou como grande compositor de trilhas para filmes adultos (para adultos, não confunda com Ingmar Bergman), acabou sendo preso por um contratante que, na verdade, era um policial disfarçado. Solto, tocou em algumas bandas, compôs uma variedade de músicas com seu colega Don VanVliet (digno de ser libertado por todos também), e gravou em 1966 seu primeiro disco, chamado Freak Out!, virou cult. Tentou produzir filmes, só conseguiu terminar 200 Motels. Um de meus pontos. Ringo Starr é tão sem escrúpulos que, não sendo bastante fazer uma participação quase muda em Monty Python's Flying Circus e outra imperceptível e muito contestada nos Beatles, faz uma participação metamorfósica no filme como Cara-que-se-veste-como-Frank-Zappa, pior que isso apenas o Você-sabe-quem, de Harry Potter, eu acho. Por isso não digo para libertar o Richard Starkey dentro de você, liberte o Zappa, ou o Captain Beefheart no caso de pessoas menores. Depois de ter gravado discos com quase-bigbands, ter sofrido um acidente e perdido cerca de uma quinta de seu registro vocal, ter tocado com tipos como John Lennon e o Grand Funk Railroad, participado de dois programas do Saturday Night Live e de ter voltado às origens do seu picárdico Comedy Rock por muito tempo e as abandonado novamente, tem suas composições "sérias" gravadas por Pierre Boulez e Kent Nagano, com uma orquestra um tanto anônima de música moderna e a Sinfônica de Londres, respectivamente. Ganha um Grammy por Melhor Performance Instrumental em Disco de Rock por Jazz from Hell em 1987, na minha opinião, mesmo sendo fã de Zappa, uma filhadaputagem, já que o disco foi "tocado" pelo Synclavier (para melhor entendimento, como se eu tivesse colocado músicas extremamente complexas e inexecutáveis no Guitar Pro 5 e fosse premiado como se as tivesse tocado). Por fim, teve glória, fama, apreço e polêmicas. Zappa merece ler libertado, acho até que deve ser em detrimento de Ringo Starr.

Esse post é uma sincera homenagem ao grande compositor Frank Zappa, singela depreciação do gênio de Ringo Starr e um "é... até que vai..." a Don VanVliet, nosso Captain Beefheart.

Ouçam Frank Zappa:
Freak Out! (1966)
Hot Rats (1969)*
The Grand Wazoo (1972)
Over-Nite Sensation (1973)
Roxy and Elsewhere (1974)
*due to Thiago Alef

Queimem Ringo Starr:
Ringo (1973)
porra, não consegui achar mais nenhum disco digno de queimar dele, o resto ignorem...

Desdenhem Captain Beefheart:
Safe as Milk (1967)
Trout Mask Replica (1969)

2 comentários:

  1. ótimo texto, apenas senti falta de uma menção honrosa ao honesto hot hats.ringão rules!

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  2. eita pardon me...esqueci do hot rats, correção agora!!

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