quarta-feira, 17 de março de 2010

playboys são legais.

Das duas classes opostas de adolescentes/adultos que existem hoje em dia, os playboys e os... por falta de nome, direi dissidentes, mas você me entenderá se eu disser que são aquelas pessoas que usam, em suma, camiseta quadriculada, óculos gigantescos à anos 80, ouvem bandas obscuram e leem muito - bula de remédio de tarja preta. Dessas duas classes sociais opostas fico com a dos playboys. Entre a adolescência e a maturidade, eles são bem mais maduros, têm bem mais paciência para assuntos acadêmicos e são mais bem organizados.

O argumento mais usado pelos dissidentes para desprezar os playboys é o de que os segundos são superficiais. O que os playboys fizeram para merecer esse argumento? Se preocupam muito com a aparência, não se interessam por literatura, cinema, música ou artes plásticas ou se se interessam não expressam, entre outros. Pelo que eu me recordo dos dissidentes que conheci, maioria deles desejam expressar um interesse pelas artes, o que não significa que expressem de fato. Estes mesmos dissidentes afirmar que seus antagonistas supervalorizam a aparência, mas eles foram buscar seu modo de se vestir em outra época, ou apenas deram prioridade ao que está "fora de moda", o que já consiste numa nova moda. Eu falei no primeiro parágrafo que os playboys têm paciência para assuntos acadêmicos, algo que os dissidentes não têm pois, poucos prezam, de fato, o conhecimento, mas maioria só tem paciência para acumular informações sobre bandas, filmes ou moda em geral, já os playboys, demonstram um empenho grande no acúmulo de informações acadêmicas, informações que sejam úteis no posterior exercício profissional, coisa que para os dissidentes deve constituir em tocar em bandas, ou ser publicitário, mesmo sem ter absorvido o conteúdo do curso (mais à frente). Um subgrupo emergiu, há pouco, dos dissidentes, o dos nerds, ou pseudonerds (como eu prefiro), que fizeram de sua molecagem e pré-adolescência um modo de vida aos que se acham inteligentes. Esses dissidentes são, em geral, arrogantes, egocêntricos e suas relações uns com os outros, voláteis. Acho que o superficialismo pende para o lado dissidente da balança.

Os playboys não se preocupam muito com o modo de vida que levam. Eles gostam de pessoas cheirosas, bem-vestidas, moderadas na maneira de pensar, de agir e de falar. Não há problema nenhum nisso. É um modo quase grego de se viver, no qual a pessoa não deve expressar todos os seus sentimentos a qualquer hora, para não desequilibrar as relações entre uns e outros. Por esse motivo, esse grupo que também contém pessoas arrogantes e egocêntricas se mostra mais estável do que o anterior. Playboys, por exemplo, não perderiam tempo lendo esse blog. Tudo bem, ninguém perderia. Mas se alguém pudesse perder, seria bem mais provável que pertencesse ao grupo dos dissidentes, onde aqui fica o recado: Vocês são chatos, são falsos e sua arrogância é ofensiva, pois os playboys sabem de muita coisa e conhecem bem mais de política e direito (assuntos que os dissidentes tendem a achar chatos) do que vocês. Agora, se alguém realmente ler esse blog e, ocasionalmente, este post e achar interessante esses disparates ao nosso público-alvo (é mais um público-atingido-por-bala-perdida), provavelmente ele será dos dissidentes, porque ele acharia essa atitude diferente. Dissidente = Diferente. Mais uma vantagem dos playboys, eles são cosmopolitas, portanto, clássicos, sabem que são apenas um no meio de tantos, e não tem interesse algum em se mostrarem únicos. Os dissidentes não, carregam para sempre o sonho de ser alguém. Playboys são sempre eles. Dissidentes são sempre outra pessoa, seja Jim Morrison, Jimi Hendrix, Andy Warhol, Julian Casablancas, quem quer que seja. À propósito, dissidentes dizem que gostam de arte, o que quase sempre, no caso deles, quer dizer arte-pop, o único tipo de arte que eles citam e que acham interessante, está ligada ao consumo, à publicidade. O mundo da publicidade é tão superficial, e os dissidentes caem nele. Principalmente os nerds idolatram a publicidade, filhos de Steve Jobs, eles idolatram igualmente a Apple. Eles olham para o mundo de maneira bastante superficial, romântica. Como se a vida fosse um eterno wanna-be.

Os playboys são gente boa porque eles falam de coisas que eles realmente querem dizer e não de coisas que acham bonito dizer. Certo que não é tão nobre não apreciar as artes ou não ler nosso blog, mas pelo menos é sincero. Se os que lerem esse post se sentirem ofendidos, entendam o título como "playboys são mais sinceros." ou então leiam Augusto Cury bando de "viadinho wanna-be alguém que as pessoas vão querem ser no futuro".

PS.: No meio desses dois grupos, está o grupo ao qual chamarei de grupo dos desajustados, os misfits, esses são os que realmente se interessam por artes e por conhecimento mas não veem para quê todo esse esteticismo que pregam os dissidentes, nem o pragmatismo dos playboys. Esse grupo é odiado pelos dois pólos.

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