sexta-feira, 9 de julho de 2010

Hey!

Seis meses atrás fui ao Egito caçar camelos, nunca tinha visitado o país e fiquei surpreso ao descobrir que no Egito não existem camelos. Hoje não. Então dei um telefonema para um amigo meu chamado H. G. Wells, voltamos no tempo e lá estávamos nós, caçando camelos, naquele deserto escaldante. Não era bem uma caça, mas sim um roubo. Eu planejava vender a carne e confeccionar grandes tapetes com a pele dos camelos. Vendê-los como concorrência aos tapetes persas. Que fedem. Transeuntes passavam montados em cavalos, vacas, cabras, touros e até lebres, mas nada de camelos. Devia ter algo errado. Onde estavam todos os camelos? Como não era o objeto de nossa caça os animais nos quais aqueles senhores viajavam, fizemos amizade e dentro de pouco tempo contávamos histórias de caças passadas e amores perdidos, amizade suficiente para chegar onde queríamos. Camelos.
- Paracelsius, não pude deixar de notar toda sorte de animais sendo cavalgados, menos camelos. O que há por essa região? Algum tipo de epidemia?
Nesse momento ele fica tenso e afasta a pergunta com um gole de gim. O amigo dele, que também entendia o português, bateu no peito e disse.
- Somos apenas vendedores de putas. Acreditamos no Amor e na Justiça Divina. Não falamos do que não nos interessa. Sigamos viagem, e acho melhor vocês irem em outra direção.
Essa era, aparentemente, nossa deixa. E pelo preço de duas garrafas de gim e uma de Coca-Cola, novidade na região, compramos duas gracinhas que ia nos dizer tudo que sabia. Após o coito.
Lá estávamos, após o entra-sai-entra-sai habitual, interrogando as adoráveis iguarias humanas do Egito sobre o embargo dos camelos. Indamu, a mais esperta, falou:
- Eu percebi desde o começo tudo que estava acontecendo, e aquele idiota do Paracelsius não notou. Vocês são ladrões de camelo e mais problema para nós. Como se já não bastasse tudo que acontece por aqui, a vida é tão melodramática. Passamos toda nossa vida pensando em arranjar um homem que nos dê o céu, e o que conseguimos foi vários homens que nos dão o inferno...
- Vá ao ponto, Indamu, o seu nome já soa muito inventado e eu tive que repeti-lo.
- Existem ladrões de camelos por aqui, eles são perigosos, você deve ir. Não diga que vou perder você.
A puta estava apaixonada e, chorando, se jogou em meus braços, senti nojo. Ela esteve com mil homens e eu com apenas alguns. Algumas. Algumas mulheres. Sim. Era isso que eu ia falar. Algumas mulheres.

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Essa pequena cena de homossexualismo não representa a ideologia da diretoria do Monte Pitão, não somos de maneira alguma homossexuais. E a negação disso não representa que somos homofóbicos. Representa que somos Fobofóbicos.

A diretoria. E agora: A conclusão do drama.

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Bella beija Jake e deixa Edward com ciúmes até o talo do cu. Os lobos e os vampiros se unem contra os novos-vampiros e vencem todos.
Stephanie Meyer é uma péssima escritora e Eclipse, um péssimo filme, apenas perdendo para o próximo.

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Esse comentário desconexo expressa as nossas opiniões. Desculpe, não somos tão fobofóbicos. Somos crepusculofóbicos. Chore por causa disso.

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Fui ter com H. G. Wells, ele ainda estava na ação. Transando como um coelho num viveiro com mil coelhas. Teria sido melhor. Ali só havia uma fêmea e estava arfando. Depois de ter apartado o que parecia ser uma briga, saímos a procura dos ladrões de camelos. Para roubá-los. Já distante, olhei para trás e vi Indamu, que segurava um lenço e chorava muito, numa cena comovente. Olhando novamente, um pouco mais adiante, achei ter visto sua amiga acertá-la na nuca com um pedaço de pau e roubar sua sacola de moedas. Valia uma fortuna. Não tive pena.
Andamos por três dias fazendo amizades com uns viajantes que montavam mexicanos. Muito velozes, fiquei tentado, mas achei que a pele deles não teria muita serventia e teria que tirar todo o lucro da carne deles. Não seria bom negócio. No dia seguinte, encontramos os ladrões, levavam consigo uns cinquenta camelos, o suficiente pra fazer um bom dinheiro, depois de ter matado H. G. Wells. Mas isso era um plano para o futuro. Chegamos próximo e disparamos toda munição que havíamos trazido do século XXI, percebemos o quanto o século XX aprendeu de muitas guerras. Não tiveram chance. Em dez minutos aquilo tudo parecia um deserto, o que realmente era. Mais vinte e pareceria Hiroshima ou Dresden, o que NÃO era. Estávamos prendendo todos os camelos, para carregá-los conosco de volta quando fui atacado por um sobrevivente ensanguentado. Com uma faca, me cortou o rosto, me derrubou no chão e quando ia arrancar minha cabeça, H. G. Wells, milagrosamente, o enforcou com uma corda de cânhamo que tínhamos decidido não fumar, por sorte. Passado esse susto voltamos.
Desembarcando em nosso tempo, fomos atacados por judeus enfurecidos que eram contra viagens no tempo. Saquearam todos os camelos e isso salvou a vida de H. G. Wells, que pôde escrever todos os livros que o deixaram famoso. E arruinou a minha. Tive que vir pra esse blog escrever coisas que ninguém lê.

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Você deve ter percebido que não somos fobofóbicos de maneira alguma. Prefiro a expressão panfóbicos. É mais abrangente. Eu sou Antropocínico, de volta, e agora com uma cicatriz no rosto.

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