sábado, 3 de outubro de 2009

Depois de tanto tempo sem postar porra nenhuma, nada melhor do que um pequeno aforisma para lavar a alma...

"Em terra de cego, não esqueça NUNCA, quem tem olho ainda pode ficar cego."

...uma pequena poesia para estender o perispírito...

Da Política

"Ia ser um acidente horrível
[o dia em que a Terra parasse.
Todos cairíam.
Pois,
acima de tudo, a inércia é um fato,
[e quem se atreve a objetar fatos?"

...e uma pequena crítica - inspirada em Antonio Gramsci - para sentir-se novo ser:

“Quando a concepção do mundo não é crítica e coerente, mas ocasional e desagregada, pertencemos simultaneamente a uma multiplicidade de homens-massa” ou “ homens coletivos” (GRAMSCI, 1999, p. 94). Como “homens coletivos” estamos sujeitos a nos tornar subordinados, estamos sujeitos a viver como espelho da sociedade burguesa, que nos controla, sem ao menos nos darmos conta. A hegemonia da classe dominante, sem encontrar adversários, anula todas as possibilidades de mudança para as classes subalternas, e o caminho para uma luta de classes ainda está distante, visto que todo o campo teórico preparado, deve ainda ser posto em prática.
A afirmação com que comecei o texto, de Gramsci, é corroborada por outra, do próprio (1999, p. 93-4, grifos do autor), sobre o “pensamento autônomo” que propõe: “[...] é preferível ‘pensar’ sem disto ter consciência crítica, de uma maneira desagregada e ocasional - isto é, ‘participar’ de uma concepção do mundo ‘imposta’ mecanicamente pelo ambiente exterior, ou seja, por um dos muitos grupos sociais envolvidos desde sua entrada no mundo consciente -, ou é preferível elaborar a própria concepção de mundo de uma maneira consciente e crítica, ser o guia de si mesmo e não aceitar do exterior, passiva e servilmente, a marca da própria personalidade?” Não podia haver indagação mais atual! Não vivemos na época do Orkut, Facebook, Twitter? Ao mesmo tempo que eles prezam o individualismo e até o narcisismo, eles nos mostram modelos de exposição de humanos que nos lembra produção em série. Não temos também todo o monopólio da Rede Globo de Televisão (literalmente hegemonia)? Formadora de opinião e modeladora de seres cada vez mais preocupados com o supérfluo, não foi apenas uma vez que os bordões de Zorra Total passearam na boca do povo, e as novelas se tornaram assunto na mesa de jantar, ou até o extremo de vilões das tramas serem vítimas de violência fora das telas. Até mesmo programas como o CQC (já indo para outra emissora e mostrando que o problema é da TV como um todo) que ridicularizam a política e fazem os jovens ter mais ódio ainda de quem está no poder. Até uma incoerência internacional me chama a atenção: Por que nos Estados Unidos a cafeína está à beira da proibição e aqui no Brasil temos propagandas que nos imploram para tomar café e até teremos a bebida na merenda escolar?
O problema não está apenas no veículo que nos traz as informações mas também na população que as recebe. Voltamos para a afirmação com que comecei o texto, por que não analisar tudo que nos chega criticamente e classificar como descartável ou útil? A hegemonia nos responde facilmente a essa pergunta: Desde tempos passados a classe dominante nos ensina que a crítica é descartável. Será que é por acidente que crítica, para o povo, é sinônimo de falar mal?
De teorias o mundo está cheio, colocar isso tudo em prática é que é um serviço a ser feito, quando chegarmos ao ponto em que o pai de família possa discutir a respeito sem ter que fazer uma pausa para ver o jogo do seu time, e em que a dona de casa possa começar a agir sem se preocupar com a novela, o momento da aurora estará chegando. Não que tenhamos que sacrificar lazeres, não é isso, só que prioridades são prioridades.



Ó, admirável mundo novo
Ó, novo ser que sou
Boas-vindas para mim, novamente
Não que isso seja importante, absolutamente


P.S.:

Por que o Lóki! não venceu o VMB para melhor documentário?
Nem como porra de prêmio honorário?
Deus não conta quantos prêmios os Titãs quiçá vão ganhar
Eu vou contar... à troco de quê?
Apenas tenho que aceitar esses críticos doidivanas
Lesaram um ícone do rock brasileiro
Em preferência à melhor banda de todos os tempos da última semana

P.S.: Eu estava inspirado, me mate por causa disso...

P.S.: Aguardem! Em breve, um julgamento.

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