sábado, 15 de janeiro de 2011

Desventura Literária #01 ou O Pior Post de Todos os Tempos

Era frio, muito frio, frio pra caralho...

- Cara, como está frio.
- Está fazendo 38ºC e pessoas estão sendo internadas por desmaio por causa do calor.
- Estou com febre.

Chega em casa, olha para o pai e diz:

- Está frio, eu sei, eu admito, mas nem por isso precisa acender a lareira.
- Isso é um fogão e estou tentando cozinhar o almoço, meu filho.
- Entendo, mas mesmo assim, aconselho que se agasalhe.
- ?

Liga o computador, entra na internet, procura as últimas fofocas dos famosos, lê sobre o big brother Brasil 11, o que rolou no último faustão, vai no twitter, lê os perfis de Rita Lee, Marcelo Tas, William Bonner, Barack Obama, Ingrid Guimarães, Luciano Huck e Hugo Chavez. Coloca o Exaltasamba para tocar enquanto lê e deixa seu msn como "ausente" com o seguinte nick - 'muitos tentaram ser melhores que eu, mas apenas eu sou melhor do que todos eles' - tenta negociar o abadá do show da Ivete Sangalo, entra um amigo no msn.

- karaio, akela prov de dirto constitucional foi de laskar.

E a amiga feia apita chamando atenção.

- Ammmmmmôôôôôrrrrrrrr vai p ivete eu ja komprei meu abdá e já tou preparada scutando os ultimos sucesos pq tou solteira e ja sei como vou aproveitar essa fexta que vai ser d+++++ tou poderozaaaa

E o primo chato de outro estado aparece também.

- Quanto tempo, kra.

Não responde ninguém, desliga o computador, vai assistir televisão. Encontra o pai assistindo Jornal.

- Não acredito nisso, ainda tem pessoas que usam faixas na cabeça.
- Isso é de que época?
- Eu sei lá, a feiura não tem época, feio é feio, o bonito é analisado esteticamente para cada povo e cada arte, o feio nunca foi analisado.
- Eu sou feio, pai?
- Claro que... nãooo... claro que não. E tenho dito. Sua mãe nunca te achou feio.
- Mas você achava mamãe feia, por isso se separou dela.
- Isso é uma mentira inventada por sua mãe, garoto, ela era linda quando estava com uma caixinha de cerveja...
- E sem a caixinha de cerveja?
- Ela... ela... ela... é... me proibiu de beber cerveja, e como eu não obedeceria isso calado, bem, foi um ultimato, eu ainda tive que aguentar muito por você, meu filho.
- Eu? Pensei que você suportaria a relação pelo amor de vocês dois.
- As coisas não funcionam assim meu filho, essa idéia que a sociedade carrega em que a família tem que estar sempre unida é balela, tem muita família junta que não vale 1 real, já nós, mesmo saparados, somos bons pais para você.
- Entendo, realmente, muito pouco me faltou na vida.
- Exatamente, agora vá brincar.

Ele sai, entra no quarto, sai, vai pra cozinha, passa pelo pai de novo, ele não nota a presença do filho, o mesmo vai até o quarto mas erra a porta... era o... banheiro... lá dentro ele encontra Raoul Duke e Dr. Gonzo... um com as roupas maltrapilhas e um som gigante nos braços, com vários fios, soltos e cortados, escutando White Rabbit nas alturas, estava com os pés descalços e em pé dentro da banheira. O outro tentava impedir o amigo de cometer suicídio. Após sair do banheiro correndo, escutando a música nas alturas, o mesmo torna-se a chegar e entrar no dito cujo profelixado local de corrida bruscas. Não se sabe ao certo o que era aquele local, mas o mesmo não tinha cheiro bom, apesar do nariz estar sangrando e uma forte tempestade de areia estar lhe causando dores nos olhos... após cair 4 vezes consecutivas e chegando ao 3º nível do subsolo de um prédio que tinha sido construído do térreo para o subsolo, abre os olhos, limpa o nariz e observa uma garota. Ela fala:

- Ei, como é que você está?
- Mal, quem és você?
- Errado!
- Ãh?
- Essa conjungação, está errada.
- Conju-o-quê?
- Ai, Cristo, que porra é essa? Vem cá, você vem de onde?
- Não sei, acabei de chegar com a lama.
- Ah, claro choveu e te arrastaram aqui né?
- Isso, eu acho, tentavam se matar, White Rabbit, Ivete Sangalo.
- Pera, pera, o que você disse?
- Sangue no nariz.
- Não, porra...
- Aqui tem torneira?
- Claro que tem.
- Ei, isso é Bad Religion?
- Sim, We're Only Gonna Die.
- Caralho, essa música é muito foda, dá vontade de sair quebrando as coisas.
- Pera, você não pode fazer isso.
- Ah, vá tomar no cu. Vou tocar o terror

Então pega uma cadeira, e sai quebrando no salão do prédio, tinha cara de ser aqueles salões de espera, cheio de vasos transparentes, quadros, sofáres. Essas coisas, primeiro começar lascando o vaso na parede... o primeiro, o segundo.. depois o terceiro na cabeça da garota que caiu no chão e começou a sangrar pelo corte na testa e na buchecha... após pegar o quadro da parede e começar a bater na menina que estava no chão de debatendo, vomitando em cima da poça de sangue e vomitando porque estava deitada com a cara lambuzada de vômito e sangue ele decide pegar as almofadas do sofá e sacar na cara da menina e segurar até ela parar de se movimentar, por fim, pega o sofá, coloca em pé de depois joga em cima do corpo da garota... sai correndo pelas escadas, subindo até a superfície...


Continua...

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Franco Blackbird - A nova literatura da década de 10!

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