
"everybody needs some time, on your own
everybody needs some time, on your own"
E lá vou eu dar uma chance para o Radiohead. E essa banda sim merece o primeiro adoro do blog. Com uma discografia tão rica, você pode se ver em apuros quando for começar a ouvir. Ouvir o In Rainbows antes dos outros é como assistir o último capítulo de Lost sem ter visto nenhum antes. Ir para o Kid A ou o Amnesiac de primeira já é ir para a Suécia tendo apenas aprendido espanhol. Portanto, acho que o consenso é ouvir primeiramente o The Bends. Antes dele existe o Pablo Honey, que tem Creep, mas esse álbum de estreia não é de suma importância para o que a banda fez depois, e o The Bends sim. Ele já dá lampejos do que a banda conseguiria no OK Computer e te ensina tudo que você precisa saber sobre o Thom Yorke para não se assustar depois. Metáfora: The Bends é o Pidgey, OK Computer o Pidgeotto, Kid A e Amnesiac o Pidgeot. Hail to the Thief e In Rainbows são discos de uma banda já evoluída. Porém, acredito que o Radiohead seja daqueles grupos que se movem sempre para a frente, inovando e lançando discos cada vez mais maduros e audaciosos, do jeito que eu gosto. A fase experimental do Kid A e do Amnesiac é uma mistura de Nico com John Cage, passando pelas bandas de krautrock alemãs dos anos 70 e Brian Eno. Com certeza a banda Radiohead deve ser ouvida. Por soar como uma banda. Têm uns dezessete anos de carreira e não soam como os Beatles ou os Kinks soaram depois de alguns discos lançados. Essas duas bandas, na fase final de sua carreira, pareciam mais uma coletânea de músicas próprias de cada integrante da banda do que um disco de conjunto. Radiohead é um conjunto. E eu adoro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário